quarta-feira, 30 de março de 2011

Não estou falando de um mundo cor-de-rosa 
ou de pessoas perfeitas, 
sempre prontas para nos acolher, 
amar, caminhar ao nosso lado. 
Não falo disso, mas da tristeza nos olhos 
de quem vira as costas e a gente não vê. 
A beleza por dentro de um peito 
encouraçado que a gente não sente. 
A solidão de quem afasta um amor 
e se deita em camas tão frias. 
É do instante quando os olhos se perdem no nada 
e nenhuma mentira é capaz de enganar a si mesmo. 
É desse instante solitário, desse instante sem 
abraço, que eu digo. 
Todo mundo vai virar as costas 
ou dizer que merece coisa melhor 
ou debochar das mentiras que eles contaram… 
mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, 
ser os primeiros a começar. 
Afinal, se a hostilidade do mundo 
despertar a nossa, 
quem vai ser o primeiro a sorrir?

(Rita Apoema)

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